sábado, 18 de fevereiro de 2012

RENASCER

Das entranhas da mãe terra.
Fui transformado num pequeno ser,
Do grão de areia me vi crescer,
Fiz tudo para conquistar o que é meu,
O tino religioso não me deixou ser teu,
A vida, penumbras, sem ser realizadas,
O mundo que vivia metrazia embaraçada,
Mas sempre confiante na força de Deus.

O tempo corria, corria acelerado,
Nós, meu cosmos, um elo em harmonia,
Um mundo todo, com aquela sintonia,
Fraterno com muito companheirismo,
Que seguida em rítmo de catecismo,
Dentro do aconchegante e radioso lar,
A palavra de ordem, era amar,
Compreender, doação e altruísmo.

Assim sucederam vários outonos,
E muitas coloridas primaveras,
Quais, testemunhas e quimeras,
Constaram do rol da inexperiência,
De sucessivos anos de persistência,
Nos pilares de grande jornada,
Que solidificava uma caminhada,
Em mosaicos de longa convivência.

Mas vejam que de pronto,
Sem preparação para atropêlo,
Me vejo em negro desespero,
Lançado rumo a profundo abismo,
Forçado a rasgar aquele catecismo,
Pois perdera a razão e o efeito,
E o vendava, dilacera o meu peito,
E matava a virtude do companheirismo.

O espírito em completo desalento,
Impelia-se ao fundo do poço,
E presa sem ser saída, permaneci no fosso,
Paralisada sem qualquer sentido de vida,
Minha alma inquieta e mui sofrida,
Se conrreia nas franjas da amargura,
Arremessando-me as raias da loucura,
De encontro a um torvelinho fraticida.

Mas eis! Que de repente surge,
Uma luz com força avassaladora,
Brotando como mola propulsora,
Rejuvenescendo todo o meu ser,
Dando nova dimensão ao meu viver,
Iluminando por um caminho de luz,
De um novo universo que me conduz,
Em glorificante renascer.

Renascer na felicidade,
Para aqueles que me são caros,
Renascer nos momentos raros,
De contradições e tristezas,
Mas renascer com a certeza,
Com o corpo e a alma em harmonia,
Buscando uma nova filosofia,
Para um renascer sem surpresas.


Santa Maria, abril de 1986.
                                                                     PMR - Autor

ALMAS DO RINCÃO

Querendo saber as origens,
Sai no tempo a galope,
Querência de São Pedro,
Leste, Oeste, Sul à Norte.

Cristóvão Pereira de Abreu,
Num acalque de esporas,
Surgiu no seio da pampa,
No flete solto d’aurora.

Tropeando gado xucro,
Passo à passo nesta Terra,
Alargando as fronteiras,
Cobrindo planícies e serras.

Rasgou caminho na mata,
Construiu rude galpão,
Fincou a primeira estância,
Na taba de meu rincão.

Dilacerou o ventre do “pago”,
Marcando de vez este chão,
Traçou marco divisório,
No Chuí, limitou a nação.

Criou a primeira ordenança,
Prá defender o chão pampeano,
Coronel tropeiro, monarca,
Raiz, embrião Brigadiano.

Estribilho:

A história do Rio Grande,
Se confunde com a Brigada,
Nesta terra onde se espande,
Nossa gente arrinconada.


Rastreador do pago/Querumanos