Nuvens braseiam o espaço,
Colorindo, o acaso, que vem,
Distante do grande além,
Arranha-céus, vales e matas,
Do borbulhar das cascatas,
Um explendoroso espetáculo,
No firmamento o cenáculo,
Que ao espiar o homem retrata.
Mirando a invernada infinita,
Fico deslumbrado com a cena,
Perdido na grandiosa arena,
Da imensidão inconteste,
Do solo, verde e
agreste,
A cuia de mate emborcada,
A coca da prenda manchada,
Na barra da cuia
celeste.
O beijo ardente da prenda,
O sinal bronzeado é fruto,
Deste quadro um tanto xucro,
De enrodilhar o horizonte,
Que serve de musa e fonte,
No entardecer da querência,
Onde o por-do-sol é essência,
Aqui na Boca-do-Monte.
Singelo e grandioso prelúdio,
Tingido com as mãos do Criador,
Tela de singular explendor,
Que a nós Deus oferece,
Sem qualquer oferta de prece,
No lusco-fusco do anoitecer,
Chamando-nos para ver,
Este postal que jamais, se esquece.
Santa Maria, RS, Maio de 1986
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