segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RUGAS DO TEMPO

Sem o abrigo carinhoso do jovem,
Debruçado na janela do tempo,
Olho, vejo, medito e contemplo,
Imploro ao “Pai Nosso” lá do céu,
Que não deixe este irmão ao léu,
Rugando, negras noites de sono.

Como é dura a vida do idoso!
Porque? Ela tem que ser assim!
Se antes, foi árvore, flor e jardim,
Será que depois de tantos invernos,
Viverá só com os risos de amargura?
Esperando o fim de sua árdua aventura,
Distante de um sentimento fraterno.

Como somos maus e impiedosos!
No destino de quem só deu amor,
Ninguém lhe dá mais valor,
Deixando-o sozinho e aflito,
Com a alma sempre em agonia,
Que aos poucos, morre, dia-a-dia,
No “caos” deste mundo em conflito,

Daqui a dias, seremos nós,
Que olharemos para o infinito,
E então, pediremos a “Deus” bendito!
Que nos dê energia e proteção,
Livrando-nos, da triste ansiedade,
Que amarga, no universo da piedade,
Em busca constante da compreensão.

Salve! Salve! O companheiro idoso,
Figura altiva que merece respeito,
Espelho de experiência e grandes feitos,
Tão marcante neste elo de carinho,
Onde a vivência mostra que somos anões,
E enseja momentos para reflexões,
A remover as pedras do caminho,

Amigo! Quem ama a pessoa idosa,
Mostra riqueza humana e espiritual,
Demonstra vivência, e dá sinal,
De altruísmo e muita constância,
E jamais caminhará sozinho,
Pois, encontrará amor e carinho,
No riso, angelical da criança.


Santa Maria, RS, abril de 1986.

Pedro de Mattos Ribas – Autor.

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